O escândalo da Clínica Cleuza Canan
O nome da Clínica Cleuza Canan ganhou repercussão nacional após a Polícia Civil do Paraná (PCPR) desmontar um esquema de venda ilegal de ibogaína, medicamento não aprovado pela Anvisa. Segundo as investigações, pacientes em situação de fragilidade eram induzidos a pagar cerca de R$ 12.000,00 por tratamento experimental, além de valores exorbitantes pela estadia e consultas fraudulentas.
A gravidade do caso levou à prisão da proprietária, Cleuza Canan, revelando práticas que ultrapassam a negligência médica e configuram abusos contra a dignidade humana.
Denúncias de abusos: muito além de falhas médicas
Relatos e processos judiciais apontam que pacientes internados na Clínica Cleuza Canan foram submetidos a situações profundamente degradantes:
- Internações prolongadas e ilegais, acima do limite legal de 90 dias;
- Negligência médica na administração de medicamentos, com efeitos colaterais ignorados;
- Confinamento abusivo, sem contato com a família e em condições insalubres;
- Venda casada, proibindo a entrada de alimentos externos e cobrando preços abusivos na cantina;
- Oferta de tratamentos ilegais e experimentais, como a ibogaína, sem consentimento informado.
Essas supostas práticas revelam não apenas falha de prestação de serviço, mas violação direta de direitos fundamentais.
Quais são os direitos dos pacientes em clínicas psiquiátricas?
A Constituição Federal e as leis brasileiras asseguram garantias que devem ser respeitadas em qualquer internação. Entre os principais direitos dos pacientes estão:
- Dignidade da pessoa humana: nenhum paciente pode ser tratado de forma desumana ou degradante;
- Liberdade: a internação involuntária só pode ocorrer mediante laudo médico fundamentado, comunicação ao Ministério Público em até 72 horas e limite de 90 dias (Lei 10.216/2001 e Lei 11.343/2006);
- Direito à informação: familiares têm direito de acompanhar o tratamento e serem informados sobre mudanças no regime de internação;
- Tratamento seguro: proibida a utilização de substâncias não aprovadas pela Anvisa sem consentimento informado;
- Reparação integral: pacientes prejudicados podem buscar indenização por danos materiais (valores pagos indevidamente) e danos morais (sofrimento físico e psicológico).
O que fazer se você foi vítima?
Pacientes e familiares prejudicados em casos como o da Clínica Cleuza Canan podem:
- Denunciar ao Ministério Público e aos órgãos de saúde;
- Ingressar com ação judicial para restituição de valores pagos e indenização;
- Pleitear responsabilização criminal dos envolvidos por crimes como cárcere privado e maus-tratos;
- Exigir acesso ao prontuário médico e a todos os documentos relacionados ao tratamento.
Conclusão: justiça e reparação são possíveis
O caso da Clínica Cleuza Canan expõe o quanto clínicas de saúde mental podem, quando não fiscalizadas, se transformar em espaços de abuso. Pacientes que buscaram ajuda acabaram submetidos a condições degradantes, cobranças ilegais e até privações de liberdade.
A boa notícia é que o ordenamento jurídico brasileiro garante proteção. Se você ou alguém próximo foi vítima de práticas semelhantes, a Justiça pode reparar tanto financeiramente quanto moralmente, garantindo dignidade às pessoas em sua fase mais vulnerável.
Meu filho esteve na clínica Cleuza Canaã, durante 90 dias ($16.800 ao mes),$10.000 primeira dose de ibogaina,$4.000 dose reforço, medicação essa q não ajudou em nada.Nunca recebemos nota fiscal de nada,inclusive o $$ da ibogaina teve q ser em dinheiro vivo.
Olá! Sinto muito por tudo que o seu filho passou.
Pelas informações que você mencionou, há fortes indícios de irregularidades e possíveis violações de direitos do paciente e do consumidor.
Seu filho tem direito à reparação e à responsabilização da clínica pelos danos causados.
Se desejar, posso analisar o caso e orientar sobre as medidas cabíveis.
Entre em contato diretamente comigo pelo WhatsApp (47) 98803-8663.
Atenciosamente,
Dr. Guilherme Henrique de Oliveira Santos
OAB/SP 391.588 • OAB/SC 68.598-A
Sinto muito pelo que sua família passou e obrigado por relatar. Pela lei, toda clínica é obrigada a emitir documento fiscal por cada serviço prestado; a falta de nota fiscal viola o seu direito à informação e pode configurar infração tributária.
Sobre a ibogaína: a Anvisa informa que tratamentos com ibogaína não estão regulamentados no Brasil e que a substância não tem registro como medicamento nem pode ser comercializada aqui. Cobranças em “dinheiro vivo” e sem nota, para algo não aprovado, são sinais de irregularidade que merecem apuração.
Serviços e Informações do Brasil
Se você quiser, analisamos o caso em sigilo. É importante reunir comprovantes (comunicações, contratos, recibos/transferências, mensagens), solicitar formalmente as notas fiscais e registrar reclamação no Procon e na Fazenda estadual; também avaliamos medidas para ressarcimento dos valores e eventuais danos. Estamos à disposição para orientar os próximos passos.
Equipe Duarte Santos Advocacia
Eu me sinto vítima .
Estive internada em 2023 meu irmão fez meu internamento involuntário. Sim aveia indicação médica pelo SUS eu fazia acompanhamento pelo CAPS
Mas meus familiares decidiram pela internação involuntária . Eu sofri sim por 10 dias eu me mantinha calma e sem medicação o médico entrou na sala gritando que iria me amarrar caso eu não aceitasse as medicações. Eu tomei mas isso me causa gatilhos até hoje.
Oi! Sinto muito pelo que você viveu e agradeço por compartilhar. Mesmo em internação involuntária, seus direitos permanecem: dignidade, informação clara e tratamento sem ameaças ou humilhações. A internação precisa de indicação médica, registro em prontuário e comunicação ao Ministério Público em até 72 horas, conforme a Lei 10.216/2001; contenção e medicação forçada só se justificam em emergência, como última medida e com registro adequado.
Se você quiser, podemos analisar seu caso com sigilo. É útil pedir a cópia integral do prontuário e do termo de internação, anotar datas, profissionais e possíveis testemunhas, e registrar ocorrência na Ouvidoria do hospital/SUS; também avaliamos eventual atuação do Ministério Público e medidas de responsabilização e reparação. Estamos à disposição para conversar em privado e orientar os próximos passos com todo cuidado.
Equipe Duarte Santos Advocacia
Passei pelo estabelecimento em questão por 5 vezes. Posso confirmar que os abusos citados acima realmente aconteceram em todas as 5 ocasiões em que estive lá, tanto comigo quanto com outros pacientes. Fora o que foi citado, os pacientes tem que lidar com condutas anti-éticas e anti-profissionais de alguns colaboradores. Hoje estou abstinente há 1 ano e 4 meses graças a um internamento de 3 meses e meio em outra instituição ( Emunah ). Bastaram 3 meses e meio para fazer o que os incompetentes e desqualificados da Clínica Cleuza Canan não conseguiriam fazer em um total de 30 meses somando as 5 passagens que tive por lá. Logicamente já procurei um advogado para ingressar com a ação, mas é inadmissível que a responsável pelo estabelecimento esteja em liberdade depois de colocar a vida dos pacientes em risco com a ibogaína que ela vende. Fui coagido a fazer uso desta substância em 4 oportunidades, todas por influência da Cleuza, com a garantia de que esta substância iria “resetar o cérebro e com isso a vontade de beber e usar drogas iria parar”. Passei muito mal com os efeitos colaterais, e claro, a fissura do álcool e da minha substância de preferência não cessou como prometido. Enfim, reconheço alguns nomes por aqui, caso precisem de algo, contem comigo.